domingo, 29 de agosto de 2010

Ganga Zumba / Uganga (1ª parte)

Leopoldo "Leospa" Cortes (primeiro vocalista da banda Ganga Zumba/1993)





                                As próximas duas postagens farão os leitores darem um salto de 17 anos e mostrará o resultado de muito trabalho e suor da família Uganga. Pelo tempo da banda as postagens sobre a mesma serão feitas por formações já que com o passar dos anos a banda mudou várias vezes de formação. Começarei com a banda Ganga Zumba que incialmente era um projeto composto de 6 integrantes.


                                    Manu encontrou Leopoldo “Leospa” Cortes na época em que estudavam arquitetura na Uniube e através dos esportes e do rock’n’roll se tornaram grandes amigos.


                                             “Conheci um pirado de Uberlândia que era praticante de capoeira no grupo do finado mestre Corisco e tinha acabado de chegar em Uberaba para estudar (ao menos na teoria era isso). Logo uma grande amizade começava a se formar e renderia frutos. Uma das primeiras vezes que conversamos foi quando nos encontramos em Sampa no Hollywood Rock mais foda de todos: Alice in Chains, Nirvana, Red Hot Chilli Peppers, L7, De Falla e Dr. Sin”... (Manu)


                      
                               As coisas na banda Nuts andavam bem devagar e nesse dia no Morumbi Manu e Leospa prometeram um para o outro que quando voltassem para Uberaba montariam um projeto, juntaram mais 4 integrantes e o nome da banda foi escolhido por Leospa: GANGA ZUMBA “ Rei de Palmares”.




A formação da banda no início era composta por:



*Leospa - vocal

*Manu (Uganga / Angel Butcher / ex-Sarcófago / ex-Nuts) - bateria

*Edinho Zacca (Seu Juvenal / ex - Mickey Mouse Exterminator / ex D.O.T. / ex-Os Donátilas Rosários / ex-Neurônios / ex-Nuts / ex-P.B.K. / ex-Cachaço Véio) - guitarra

*Césinha (ex-Nuts) - baixo

*Gustavo (Dibadá) - guitarra

*Renato (Seu Juvenal / ex-Mickey Mouse Exterminator / ex-D.O.T / ex-Os Donátilas Rosários) – percussão



                          A banda foi fazer a sua estréia na galeria Souk Marrakesh no ano de 1993 no bar Flor Amorosa após 1 mês de ensaios.








Manu nos conta sobre esse dia no texto extraído do Páginas Vazias 14:






                                               “Nessa época rolavam vários grupos tocando na galeria Souk Marrakesh em Uberaba e fomos convidados pra tocar num sábado. Tínhamos somente 5 sons no repertório, um era um esboço de música (que misturava uma ladainha de capoeira com hardcore, bem antes do Catapulta da Bahia) e 4 covers: Butthole Surfers, Rollins Band, Fugazi e Rage Against The Machine (sendo que essas 3 últimas seriam influências decisivas para o som que o Ganga Zumba / Uganga iria fazer) e foi o que tocamos. Para aumentar um pouco o repertório o Leospa declamou um poema e fizemos uma jam no final do Fugazi que nos rendeu mais uns 5 minutos no mínimo hahaha”




                        Eu estava lá nesse dia histórico e no vídeo que postarei aqui apareço com meu cabelo grande ainda rsrsrsrs, muitos rockeiros das bandas uberabenses estavam presentes nesse dia e mais o público normal do bar que era formado de pessoas que curtiam MPB. O Manu liberou uma filmagem com a qualidade de vídeo um pouco comprometida pela falta de iluminação e com um áudio legal que nos mostra um pouco do dia em que nasceu a banda Ganga Zumba / Uganga:

       
GANGA ZUMBA NA GALERIA SOUK MARRAKESH 1993




                           “Mesmo com uma platéia digamos “um pouco comportada para o repertório” foi uma boa estréia e considero o start pra o que viria a se tornar o Uganga anos depois. Com o Nuts parado o Ganga Zumba foi uma novidade bem vinda.” (Manu)




                           Fica aí registrada a estréia de uma banda nascida em Uberaba e atualmente uma das mais bem sucedidas no cenário mineiro. A próxima postagem sobre a banda será referente ao ano de 1996 quando a banda deixa de ser um projeto com o fim da banda Nuts e com a formação de quarteto com Manu / Leospa / Edinho e uma novidade: Claudão no baixo (ex-Flowers / ex Nuts até então) começam as atividades.



                         Colaborou nessa postagem Manu “Joker” Henriques

sábado, 21 de agosto de 2010

Flowers



                  Banda Flowers tocando na entrada do bar Flor Amorosa (Galeria Souk Marrakesh / 1992)

                  

                    Essa banda foi uma das que eu mais assisti em Uberaba no início da década 90, os caras tocavam em todo lugar que tivesse uma festa. O primeiro integrante da banda que conheci foi o Waldemar e já contei essa passagem na postagem sobre os anos 90, o Waldemar foi a primeira pessoa que toquei junto num palco aqui na cidade em uma jam.
                   
                   Um dia ele me chamou para ver a banda Flowers na galeria Souk Marrakesh e fui lá conferir, era um festival com algumas bandas entre elas lembro da banda Rosa Negra, lembro de estar bem na frente do palco quando eles entraram e fiquei impressionado com as músicas que eles estavam executando, lembro como se fosse hoje o vocalista Blênio com um copo entre a boca e o microfone cantando “No Quarter” (Led Zeppelin) e a banda fazendo uma puta sonzeira com aquela música, estava muito pesada e bem tocada a versão deles, na sequência os caras mandaram “Aqualung” (Jethro Tull) e por aí foi o repertório, fiquei fã na hora da banda e lembro que passei até a curtir mais a cidade depois desse dia.


                  Dali pra frente comecei a ir em qualquer show que tivesse a banda Flowers, era bebedeira e diversão garantida no show deles.



Claudão (Adahun, ex-Flowers, ex-Nuts, ex-Ganga Zumba, ex-Cachaço Véio, ex-Acidogroove)
no ano de 1992



                        Claudão em 1989 tinha uma banda com amigos até conhecer o guitarrista Waldemar que foi escalado para juntos montarem uma banda. No início nem instrumentos tinham, apenas violões, tinham que pegar emprestado para ensaiar, só o baterista Gilsinho que tinha a sua bateria.


                       Com o passar do tempo conseguiram ter os seus próprios instrumentos e todos os três ingressaram na faculdade de direito, os ensaios nessa época eram muitos, mas as apresentações ainda eram raras, sendo que a estréia da banda foi em uma festa de 15 anos da irmã do Gilsinho e ainda algumas apresentações no München.

                     
Waldemar e Claudão apresentando em Catanduva/SP com a banda Flowers


                      
                         Claudão nos conta como começou a aparecer a formação definitiva:




                      “Passada esta fase o Gilson caiu fora da banda e eu e o Waldemar conhecemos uns caras numa república que gostavam muito de som e onde começamos a ensaiar devido a poder naquele local varar a noite tocando e tomando todas”


                     “ Nessa época de muita cachaça e de muito som, o nosso baterista era o Ítalo, um autêntico Charlie Watts (baterista dos Stones), e como o Waldemas também era aficcionado nos Rollings Stones a banda Flowers estaria ali surgindo com este estilo”




Blênio e Claudão


                    
                           A banda começou a fazer bastante cover dos Rolling Stones e num desses ensaios um dos moradores da república mais conhecido como Blênio também era Stones maníaco e resolveu dar uma palhinha em uma das músicas, foi convidado a ficar na banda.


                         


Flowers no interior de São Paulo, junto com eles na foto o Jonas irmão do Ítalo



                          
                               A banda pela segunda vez ficaria sem o baterista pelo fato de Ítalo ter se formado e voltado pra cidade dele. O nome da Flowers estava se firmando bem nessa época, rapidamente tiveram que arrumar outro integrante para as baquetas e para esta função ninguém menos do que o lendário e excelente baterista Majaca para preencher a vaga.


                              Com a entrada de Majaca a Flowers continuou sua trajetória e foi com essa formação que vi shows inesquecíveis da banda, o blues foi inserido no repertório e o quarteto estava mais entrosado que nunca.


                              Na mesma época gravaram uma demo pouco divulgada com o material próprio da banda.




Majaca atualmente



                                 Após essa gravação entrou um gaitista chamado Cristiano que também tocava guitarra e a banda começou a se apresentar muito nos bares de Uberaba e inúmeros locais na região de Minas e interior paulista.



Cristiano



                                    
                        “ A Flowers chegou no auge a tocar duas vezes por semana com um cachê por show em 1993/1994 de R$ 500,00 (equivalia a quatro salário mínimos de hoje) mais dois litros de Jack Daniel's. Realmente era muita grana pra uma banda independente na época, só que nossa maior preocupação era de somente nos diveritr e nós divertimos muito naquela época”. (CLAUDÃO)





Show com as bandas Flowers e Nuts na chácara Edward Ranch 1995



                       Nas apresentações tocavam 80% de cover, inclusive uma versão das mais inusitadas e criativas de “MINHA MENINA” DOS MUTANTES que já ouvi e 20% de som próprio, que muitas das vezes ninguém prestava atenção se os sons eram deles mesmos ou eram covers, tão bem feitos eram os covers, era o que o pessoal queria ouvir deles. 




Claudão / Blênio / Waldemar


                     Em 1994 entrei na faculdade de odontologia e Blênio estava formando no mesmo curso e com planos de sair do Brasil. E realmente isso aconteceu e foi o fim da banda. Anos mais tarde reativaram com o nome de “Flowers is Dead” e ainda vi um show no bar do Braz.






                        A banda se desfez quando o rock autoral começou a despontar na cidade com a chegada do Rock’n’Street. No ano de 1995 Blênio se formou e foi embora, a banda acabou, se dissolveu. O Waldemar, o Majaca e o Cristiano tentaram levar ela para frente com outro nome , “Flowers is Dead”, mas pouco durou com esse nome.




Claudão no Cine Teatro Vera Cruz com a banda Adahun em 2009 



Claudão nos deixa suas palavras sobre a banda Flowers:

                         “Penso eu que a Flowers foi uma banda razoavelmente tosca mas essencialmente natural e honesta. Com caras que faziam o que gostavam, totalmente rock’n’roll visceral, e que deu um gás e ainda abriu espaço para que surgissem mais bandas e que estas também tivessem espaço e respeito.”




                        Realmente a banda Flowers abriu muito espaço para as bandas que surgiram de 95 para a frente e fizeram a alegria de muitos rockeiros e universitários nas festas uberabenses da época que eram regadas de muita bebida, drogas e mulheres bonitas, lembro que assistir a um show da banda em uma república era voltar na década de 70, rolava psicodelia e substâncias lisérgicas mesmo. Uberaba ainda tinha muita poesia na noite, bem diferente dos dias de hoje, adoraria voltar no tempo e ver mais um show da banda Flowers.






                       Após o término da banda Flowers, o baixista Claudão ingressou na banda uberabense Nuts para trabalhar composições próprias, o guitarrista Waldemar continuou a fazer seu trabalho na noite tocando muito rock'n'roll e blues para o público uberabense, participou de uma banda chamada Equales Band de composições próprias, inclusive existe um registro na coletânea Rock'n'Street.


                      O vocalista Blênio  foi para Jaraguá do Sul/SC e ingressou para a banda de blues Urublues http://cpdorock-pincel.blogspot.com/search/label/urublues, o baterista Majaca idealizou o projeto de tambores com meninos chamado de Axé Uberaba e também participa de apresentações de artistas uberabenses.


                      Nesse ano no mês de março se reuniram novamente com a banda Flowers em Carmo do Paranaíba, cidade onde Blênio mora atualmente para comemorar os 40 anos do vocalista. Colocarei algumas fotos do dia:


Claudão e Blênio atualmente




Banda Flowers novamente juntos para comemorar o aniversário do Blênio em 2010




Blênio



            


Salve Claudão, Waldemar, Blênio e Majaca, assim como os Stones vcs fizeram as pedras rolarem por aqui, Valeu !!!!!


Formação clássica da banda Flowers: Claudão / Blênio / Waldemar / Majaca, ainda na foto Ana Cláudia (esposa do Claudão)


Colaborou nessa postagem Cláudio Costa Neto "Claudão"
                      








                      
                      
                                







                               
                             

                        


                       






            

                     

domingo, 15 de agosto de 2010

Blog Rock Uberaba no Jornal da Manhã (texto Mozart)

Mozart com a banda Nuts
                        

                            Conheci Mozart Lacerda no início da década de 90  quando ele ainda tocava na banda Rosa Negra, montamos uma banda com Paulinho Trida, Marquinho e Capucci, não durou muito tempo ficando apenas nos ensaios. Mozart sempre foi um baixista acima da média e tocava sempre com a banda Kelps na galeria Souk Marrakesh nos finais de semana, logo depois  teve outra banda chamada Cia. do Som.


                           Mas foi na banda Nuts que deixou registrado seu baixo de maneira criativa e original. E foi através da postagem da banda Nuts que eu e Mozart nos reencontramos depois de longa data. Trocamos e-mail e ele me envia um texto dele feito pra coluna que ele escreve todos os domingos no Jornal da Manhã.



Prof. Mozart Lacerda Filho


                          O texto em questão foi publicado domingo passado "Dia dos Pais" 08/08/2010 e quero agradecer e deixar registrado aqui que fiquei muito sensibilizado com as palavras de Mozart, porque além de fazer tanto tempo que não tínhamos contato o cara é um estudioso em história, Mozart tem graduação em Psicologia e História pela Universidade de Uberaba, especialização em HIstória da Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia, Mestrado em História pela UNESP-Franca e atualmente é professor da Faculdade Talentos Humanos, onde trabalha nos cursos de Direito, Administração, Ciências Contábeis e Sistema de Informação e do Colégio Cenecista Dr. José Ferreira, onde exerce atividades de coordenação e ministra a disciplina de Filosofia. Tem experiência na área de ensino de Filosofia e História, com pesquisas nos campos de História Política Brasileira no século XX. Atua principalmente nos seguintes temas: História Local, História Oral, Golpe Civil-Militar de 1964, Movimento Estudantil, Organizações de Esquerda. Trabalha também nas áreas de recursos humanos, criatividade, psicologia e atendimento ao cliente. Desde julho de 2007, assina uma coluna dominical no Jornal da Manhã.




                        TEXTO QUE SAIU NO JORNAL DA MANHÃ:



Texto Mozart


                                Quero aproveitar a oportunidade e divulgar aqui o blog do meu amigo Prof. Mozart Lacerda Filho, o nome do blog é:  "QUEM TEM MEDO DA HISTÓRIA LOCAL?", eu já estive lendo uns textos e achei muito interessante. Se você curte a história local ou simplesmente tem curiosidade em saber algo acesse:  http://historiadolocal.blogspot.com/.

                                 Bom domingo a todos e quero dizer que a postagem sobre a banda Kreddo me surpreendeu e foi muito elogiada na minha caixa de e-mails, logo retornarei postando as bandas da década de 90.
                              

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Videos da Granvizir no programa Pop Stilo 31/07/2010

Banda Granvizir aterrizando em São Paulo



                                     Unir o passado com o presente, é isso que tenho tentado fazer aos poucos com o blog para que as pessoas entendam que isoladamente de estilos a cidade de Uberaba tem um cenário rockeiro muito forte com excelentes músicos e com trampos sólidos que já circulam pelo Brasil afora.

                                    Nesses dias tive muitas surpresas referentes ao blog, as postagens das bandas D.O.T., Nuts e Kreddo movimentaram minha caixa de e-mails, saiu uma matéria no Jornal da Manhã escrita pelo Prof. Mozart Lacerda Filho, meu amigo de velha data. Valeu Mozart! E como estou falando de surpresas também estou surpreso com o fato ocorrido com a banda uberabense Granvizir em São Paulo.

                                   A banda Granvizir foi formada em Uberaba no ano de 2008 e pelo pouco tempo de estrada já conseguiram muitas conquistas. Quando eu entrar nos anos 2000 farei a postagem da Granvizir com certeza. Recentemente a banda foi contratada pelo selo Blast Records/Sony e faz parte do cast juntamente com outra banda uberabense, a Outubro.

                                     A banda Granvizir é formada por: 

Rod Cauhi -Vocal
Garfield Graffunder - Guitarra
Foster "Abutre" Rodriguez - Guitarra
Julio Ciabotti - Baixo
Marcelo Lima - Bateria (ex-Tumble Weed)

                                   

Garfield Graffunder


                        O guitarrista Garfield nos conta como foi a ida deles a São Paulo para gravar o programa Pop Stilo e em seguida colocarei os videos que eles conseguiram salvar porque foi boicotado no you tube (uma censura digamos assim, só porque tocaram a música "Luciana"), nós da banda Seu Juvenal já sofremos censura com as músicas "Cumê Muié" e "Clitóris Canibais" também. Não vejo o porquê pra esse tipo de censura.  Tem uns tipos de estilos musicais no país que realmente incitam a pornografia, montar uma letra em que a palavra "boceta" aparece na estória não ofende tanto como ver  nas mentes de crianças e adolescentes através da grande mídia uma série de dancinhas e letras medíocres referentes a sexo, isso sim é castigar uma população e se fosse pra censurar então...

Manda vê aí Garfield:

                                        "Mais uma vez Granvizir na estrada, mais uma vez cinco elementos com as caras inchadas, de sono, se encontrando no meio da madrugada para cair na estrada...como não é nenhuma novidade um pequeno atraso de 3 horas na hora da saída.
                                         Carro carregado, com muito trabalho para encaixar os violões,baixo,partes da batera, mochilas e etc no porta malas é hora de partir, 06:00 hs
                                         Por volta de 12:00 h entramos na chamada terra da garoa e nos deparamos com um trânsito um tanto quanto congestionado, mas isso não foi problema pra gente, já que conseguimos chegar aos estúdios da JustTv com 5 minutos de antecedência da hora marcada (12:30 hs)
                                        Dentro do estúdio fomos ao camarim, todo mundo desamassando as caras da viagem, aquecendo vozes e afinando violões e essa hora que nos separava da gravação passou em instantes..."





                             "Quando percebi, o pessoal da produção já anunciava que faltavam apenas 20 segundos pro início do programa, e foi assim, de repente estávamos ao vivo pela internet (http://www.justtv.com.br/) batendo um papo super descontraído com o apresentador Anderson John, uma figura por sinal. E ele começou o programa falando sobre sexo, bastou alguns instantes para todos perceberem que aquele era o momento de lançar nacionalmente uma das músicas, um tanto quanto polêmica do disco, "Luciana" . Papo vai, papo vem, tocamos "Pare!" e "Beneficiam Quem?" duas músicas já conhecidas por quem acompanha o trabalho da Granvizir, pois foram lançandas em nosso EP no ano de 2008, chegou a hora de testar a aceitação de Luciana, a terceira música a ser executada no programa, no começo nenhuma novidade no rosto dos presentes no recinto, mas foi só chegar ao refrão e percebemos diferenças, os comentários no site começaram a aumentar muito, e a gente via vários rostos alegres dentro do estúdio , e outros nem tanto, mas no fim das contas Rock'n'roll é isso mesmo, e não há como agradar a todos. Ainda tivemos tempo de tocar "Marron" e até Anderson John cantou ela junto com a gente, e depois do fim do programa era possível ver pessoas da produção ainda cantando a música, afinal de contas essa música tem a capacidade de grudar na cabeça da galera.

                           Fim de programa, várias novas amizades e contatos na estrada, fomos direto para a famosa Teodoro Sampaio tomar umas geladas e nos atualizar com os instrumentos lá encontrados.

                          No fim de tudo por volta das 18:00 h estávamos novamente no carro e rumando às Minas Gerais, o que eu posso dizer? Foi um imenso prazer nossa primeira gig em uma das maiores cidades do planeta, foi phoda

Rock'n'roll"



                                                                                        Mateus "Garfield" Graffunder




Granvizir com o pessoal do programa Pop Stilo



Palavras da banda Granvizir sobre o ocorrido:

        "SIM AMIGOS! nós também pensamos que a ditadura militar tinha acabado.. #tenso!! mas uma coisa é fato.. esse foi o Pop Stilo mais polêmico e mais rock 'n' roll de todos... ahahaha... pra quem acompanha e vê bandas como Cine, Restart, Hori e etc... que lá frequentam.. chegamos lá e horrorizamos mesmo... HAHAHAH o programa nunca mais será o mesmo!"

Videos na sequência:





 













              


















        

                  
 Fica aí registrado o dia em que uma banda uberabense da nova safra fez a apresentação de 4 músicas em formato acústico num programa de pop em São Paulo e foi censurada no youtube por causa de uma palavra que significa um orgão feminino muito apreciado pelos rockeiros mundo afora.
                  Quero agradecer ao Mateus e ao Rod pela colaboração na postagem.



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Kreddo

Banda Kreddo: Paulo Sérgio / Joãozinho "Bill" / Marco Aurélio / Ricardo Moraes
(foto de Ramon Magela)




                   Quando cheguei em Uberaba eu ouvia falarem muito de uma banda que já tinha acabado, e que me pareceu ser bem consagrada por todos os músicos que eu conheci aqui, o nome da banda: KREDDO. Foi uma das bandas pioneiras de heavy metal na cidade e quem assistiu aos shows dos caras tem ótimas lembranças pela qualidade de seus músicos, e provando isso a banda em 2005 fez duas apresentações no TEU e teve lotação esgotada nos dois dias. A banda flertava com o rock classic 70 e o heavy metal anos 80, imaginem Joãozinho naquela época mandando “Aces High” (Iron Maiden), Crusader (Saxon), etc... tocando batera e fazendo o vocal.


Joãozinho "Bill"



                              A primeira rua que morei em Uberaba se chama João Pinheiro e nela também morava um cara cabeludo que segundo uma tia minha era músico, um dia cheguei na caruda e me apresentei pro Joãozinho “Bill” e começamos a falar de música, ele me falou que tinha uma banda que se chamava “Alerta Vermelho” e fui lá conferir o ensaio, nessa época tocavam com ele nessa banda Pedrinho Amuí (teclado e voz), Marcelão (RIP) na bateria e Ronaldo (baixo). Eu sempre via um pano de fundo de palco no local do ensaio e era da banda Kreddo e muitas histórias foram contadas da banda nesses ensaios, muito boas eram as recordações de Joãozinho sobre a banda, na mesma época tive aulas com ele por uns meses e posso dizer que foi ele que me ensinou a tocar blues e MPB no violão, já que na época eu só sabia tocar heavy metal na guitarra e música erudita no violão, me sinto muito grato por isso.

                            Ainda no início da década de 90 conheci outro integrante da banda Kreddo no antigo bar Chopp Center na Av. Odilon Fernandes e nesse dia conversamos muito sobre música, mas aqueles dias ficaram marcados na minha vida porque na mesma época o Marco Aurélio que eu tinha acabado de conhecer foi em um churrasco na minha casa junto com um amigo em comum (Dr. Rone Padilha) e fez a festa na noite com o meu violão tocando um repertório gigantesco dos Beatles fazendo a alegria de todos e principalmente da minha mãe que é fã da banda. Valeu Marco, inesquecível ! 

                          O integrante que mais tive contato foi o Ricardo Moraes e já contei como o conheci na postagem da banda FOG, ele também me contou muita coisa sobre a banda Kreddo, e posso dizer o que esses caras fizeram pra época foi foda, porque tocaram pra caramba e influenciaram toda uma geração de rockeiros na cidade que viriam a montar as suas bandas na década de 90. Através dos técnicos da banda Riger e Ratinho também ouvi muitas histórias sobre a banda Kreddo.


                         Bom, para falar da banda Kreddo já que eu não morava aqui na época temos a colaboração de Marco Aurélio Marinho, com um texto realizado por ele que contou com a ajuda de Joãozinho Bill sobre a cronologia da banda. Rockeiros e rockeiras, com vocês a banda Kreddo:

                       
Banda Kreddo em show no anfiteatro do Colégio Nossa Senhora das Dores, ainda com o Neto na guitarra/vocal




                         
                  
                            "O Kreddo foi a banda de rock mais influente da região do Triângulo Mineiro na década de 80. Adquiriu nome e fama regional pelo vigor de suas apresentações e a musicalidade recheada de excelentes influências do mundo do Rock. Na realidade, teve primariamente o nome de Kamuflagem, em sua fase embrionária. Essa designação foi criada justamente para que a banda trabalhasse adquirindo experiência para, a seu devido tempo, assumir o nome Kreddo. O único membro a permanecer da fecundação até o término da banda foi João José (Joãozinho Bill).





Joãozinho tocando no Colégio Nossa Senhora das Dores





                           O primeiro show do Kamuflagem aconteceu no TEU (Teatro Experimental de Uberaba) em 11/02/84, a pedido do jornalista Aurélio. A banda contava com Neto (guitarra e vocal), Marco Antônio (baixo), Marco Aurélio (guitarra e vocal) e João José (bateria e vocal), além de Diney (técnico de luz) e Riger Gomes (técnico de som). Todos juntos não pesavam mais de 100kg. Mas havia toneladas de idéias e vontade... Um fato curioso desta apresentação é que foi necessário repetir o show na semana seguinte devido ao grande assédio do público, até então ansioso por ouvir rock pesado na nossa cidade. O Kamuflagem durou até 04/05/84, tendo realizado apenas 9 shows. Mas a semente havia sido lançada...      Em 23/06/84 o Kreddo realizou seu primeiro show, ainda com a mesma formação no salão de festas da Igreja São Judas Tadeu. Interessante comentar que, apesar das músicas pesadas, o Kreddo era muito convidado para shows beneficentes para creches e igrejas! O Kreddo também fazia bailes, acreditem! Mas sempre tocando rock e um pouco de country. Como o cenário de rock nacional estava em seu momento mais fértil de sua história, havia muita coisa a ser tocada junto com as músicas internacionais. Às vezes, sob os pedidos da audiência para tocar forró e sertanejo, a banda despejava Rolling Stones, Beatles, Creedence, Elton John, Kiss, etc. Nesse período de infância houve algumas trocas de integrantes, mas a cozinha sempre se manteve.



Neto / Paulo Sérgio / Marco Aurélio





Ricardo / Marco Aurélio / Joãozinho Bill / Geraldo Matias o "Melado"



                                  O primeiro show com a formação definitiva, que incluía além de João José, Marco Aurélio, Luís Ricardo (baixo e vocal), Geraldo Matias, o “Melado” (guitarra e vocal), Riger e Rato (novo técnico de luz) foi realizado em 13/03/85, no Circo do Povo. À parte algumas apresentações menores, a banda concentrou-se para um grande show ao final daquele ano no Ginásio Sérgio Pacheco. Esse foi um show beneficente para a Creche Pequena Casa de Maria, realizado em 30/11/85. O repertório completo dessa apresentação, para se ter uma idéia, incluiu, na sequência original:


01. For Whom The Bell Tolls (Metallica)
02. Aces High (Iron Maiden)
03. Eighteen (Alice Cooper, versão do Anthrax)
04. Don´t Make No Promises (Scorpions)
05. Revelation (Iron Maiden)
06. You Fool No One (Deep Purple)
07. Warrior (Saxon)
08. When The Smoke Is Going Down (Scorpions)
09. Child In Time (Deep Purple)
10. Heaven And Hell (Black Sabbath)
11. Crusader (Saxon)
12. Metal Health (Quiet Riot)
13. The Hellion / Diamonds And Rust (Judas Priest)
14. Sweet Leaf (Black Sabbath)
15. Stairway To Heaven (Led Zeppelin)
16. Rapid Fire (Judas Priest)
17. Um blues adaptado da banda Slade




                         A abertura desse show ficou a cargo da banda Loc Nar, composta por Mário Fernando (ex-Alkimia, ex-Super Riff), Alessandro, Odorico, Germano e Tuca (ex-Troll, ex-Segundo Combinado)





                           A partir de fevereiro de 1986 o Kreddo passou a se apresentar quase todos os finais de semana no antigo Coimbra, bar que se localizava na atual praça Markito.

                          Em 22/02/86 a banda se apresentou na praça da Concha Acústica, contando a História do Rock, evento patrocinado pela União Estudantil Uberabense (ainda há a gravação em fita cassete de parte dessa apresentação!).



              
Kreddo em noite de apresentação na Concha Acústica (Melado, João, Ricardinho e Marco Aurélio)


Concha acústica lotada nesse dia da apresentação da banda Kreddo



                             Em 11/10/86, em Araguari, o Kreddo apresentou-se com seu mais novo membro, o tecladista e vocalista Pedro Amui, ao fazer o show de encerramento de um concurso de bandas regionais de rock. Outro show encerrando concurso de bandas de rock ocorreu em Ituiutaba, no Ituiutaba Clube (Rock In Concert). O público, ensandecido, começou a quebrar cadeiras e a banda teve que interceder para conter os ânimos.


Pedrinho Amuí




                              O maior público da banda Kreddo (cerca de 25 mil pessoas) foi o da sua apresentação no Parque de Exposições da ABCZ, abrindo para a banda Dr. Silvana e Cia em 01/05/87. Esse show foi transmitido via rádio para toda a região e trouxe muitos elogios à banda. A primeira música apresentada foi All Night Long, apenas com percussão e vocais em coro, demonstrando um grande amadurecimento musical.




                             O menor show do Kreddo foi realizado durante um comício para a criação do Estado do Triângulo Mineiro, na praça do Mercado Municipal, sem a presença do guitarrista Marco Aurélio, apertado com seus exames no curso de Medicina. Apenas 2 músicas foram tocadas nesse dia...

Banda Kreddo


                           O Kreddo encerrou suas atividades após uma reunião aonde as divergências musicais falaram mais alto, em 30/10/87. Mas ainda assim cumpriu seu último compromisso no dia seguinte, tocando no Colégio Quintiliano Jardim.
                            
                              Ao todo foram 88 shows, 2 deles com a participação do grande músico Jair Guarato nos teclados. Muita saudade ficou... Tanto que a banda fez 2 shows em dias consecutivos no TEU para matar a saudade e teve lotação esgotada em 2005. Depois vieram mais 2 apresentações em formato acústico no mesmo local. Acreditem, ainda há convites e rumores sobre novas apresentações... Quem sabe... Todos ainda moram aqui!"










          "Videos da banda Kreddo reunida novamente em 2007 para show de abertura da banda "Tributo" ao Sarcófago, participações de André Castro (Stormbringer, Silent Hunter, Arena Rock), Manu (Uganga, Angel Butcher, ex-Sarcófago), Alexandre (Outubro, ex-Epílogo)"          



                          














Tributo ao Sarcófago / Kreddo / Stormbringer / Nekrotério / Tormenta


O Manu (Uganga) na época viu um show em Araguari e nos dá o seu depoimento sobre esse dia:

                           "Eu já tinha sido "batizado" em shows assistindo ao Reticências (na minha opinião a primeira banda de heavy metal do triângulo mineiro) na Casa Da Cultura de Araguari, isso no comecinho dos anos 80, mas foi no festival que rolou no Ginásio Poliesportivo que a cena metal na cidade se firmou de vez. Além do Reticências, que era o representante local tocaram Kreddo de Uberaba e Nosferatu de Uberlândia. Três bandas foda cada uma com um estilo próprio. O Reticências era uma mistura de metal tradicional com hard rock anos 70, e além de covers os caras já tinham material próprio e estavam aumentando bastante sua base de fãs. O Nosferatu era o mais pesado, os caras já tinham um quê de Celtic Frost, em especial por causa do vocalista e baixista Duarte (R.I.P.) e também já compunham. Impossível não se lembrar do meu primeiro mosh, exatamente na execução da clássica "Mosh In The Sky". Por fim teve o Kreddo que detonou geral com um repertório foda. Apesar de não terem tocado nenhum som próprio os caras deram uma aula de metal. Impossível não lembrar do Joãozinho tocando bateria e cantando clássicos como Aces High do Iron. Os caras também tocavam "I´m Eighteen" do Alice Cooper na versão do Anthrax e isso foi uma excelente surpresa. O Anthrax era uma banda que todos estávamos ouvindo muito (na época só tinha o Fistfull Of Metal) e foi foda quando anunciaram esse som. Era a semente do thrash metal nascendo no triângulo. Resumindo cara, esse show foi histórico e ainda bem eu estava presente com minha camiseta do Mercyful Fate, a primeira peita de bandas que usei na vida. Infelizmente por morar em Araguari não acompanhei a carreira do Kreddo como gostaria mas é inegável a importância desses caras pra cena do triângulo. Anos depois num evento onde toquei com o Tributo Ao Sarcófago pude me juntar a eles numa jam onde levamos Paranoid e foi novamente uma honra.  (esse video foi postado aí em cima pra quem quiser conferir).

  God Save the metal legends! God Save Kreddo!"



              Fica aí registrada uma das bandas mais importantes pro cenário do rock uberabense na década de 80. Quero agradecer ao Marco Aurélio que colaborou na postagem nos fazendo voltar no tempo. As fotos foram cedidas por Maurício do Vale do seu arquivo pessoal. Agradeço a todos que estão acompanhando e dando força para o blog.


  


Marco Aurélio Marinho atualmente no estúdio Toca do Bandido/RJ gravando com a banda Outubro