segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Resenha do disco "Cada Um Na Sua Galáxia" de Márcio Andréas



Pra mim é sempre uma honra escutar um trabalho de um artista uberabense quando esse é autoral e tem qualidade, inclusive esse é um dos motivos que me fazem seguir com o blog "Rock Uberaba".
Conheço o Márcio Andréas (Marcinho), já tem mais de 2 décadas e sempre o achei um cara engajado na banda Baltazares, o vocalista sempre foi de buteco em buteco vender as cópias dos discos da banda e conseguiu divulgar bem o trabalho.
Esses dias recebi o disco "Cada um na sua galáxia" das mãos do Diamantino que incorporou esse trampo no catálogo da Sapólio Rádio e agora o Marcinho é meu parceiro no selo SR, seja bem vindo...
Ao escutar o disco algumas vezes, resolvi resenhar, pois se trata de um trabalho em que se percebe a evolução do músico e foge do segmento inteiramente "pop" em que se enquadrava a banda Baltazares...



O disco começa com a faixa título, um blues recheado de slides com levada rock’n’roll e uma letra retratando o ser humano em uma analogia bem divertida...Na sequência “A cerca nos olhos da língua” que nos faz lembrar as composições do rock nacional oitentista e “Dilúvio” que flerta com clube da esquina numa levada bem Skank.

Na 4ª faixa “A Pólvora”, um som mais pesado na linha Barão Vermelho (pós Cazuza) onde a tecnologia e armas são o assunto, em um refrão, onde eu sempre partilhei do mesmo pensamento, “Quem foi o idiota que inventou a pólvora?”, bem, a gente sabe que foram os chineses, mas na música dá pra entender o recado. Eu também acho foda esse lance de vidas serem tiradas no mundo por causa da pólvora há séculos... Também não curto um monte de invenções...

Márcio Andréas


A mineirice do Marcinho brota na faixa Barbas, que começa com a letra: “Eu ponho minha barba de molho”, uma balada manera, onde o compositor Ventania é homenageado no ritmo de uma fogueira e da velha e boa cachaça mineira. Na 6ª música, um tom de introspecção, até fechar com a frase: será que a paz que eu procuro, “Será que existe no céu?”

“Fora da rede” começa com uma guitarra bem suja, beirando o Punk Rock  e cheia de questionamentos sobre o mundo moderno e toda a sua tecnologia. Na 8ª faixa “Marchinhas no Carnaval” nostalgia pura, com um arranjo de baixo interessante na cadência de uma bateria eletrônica, essa me lembrou muito os trampos mais viajados do Lobão da década de 90.
Pra fechar o disco “Bonecos de Olinda” (a faixa mais pop no meu ponto de vista) e “Invisível” que fecha o disco numa levada bem depressiva, destoando completamente do resto do trabalho, mas isso não interfere na proposta, talvez por esse motivo é que a faixa ficou pra fechar o álbum.

Resumindo, mais um trabalho autoral de qualidade na cidade de Uberaba. Quero parabenizar o Marcinho por ter a coragem de colocar as suas ideias pra fora e realizar um trabalho solo digno e honesto.
Ao Diamantino que acertou mais uma vez na escolha do artista, que agora faz parte do cast da produtora Sapólio Rádio.


A gravação, mixagem e masterização ficou por conta do produtor Ricardo Barbosa do 106 Studio (Uberaba-MG) que nesses últimos tempos tem assinado em baixo e com qualidade os seus trabalhos, ajudando os artistas uberabenses a terem um álbum bem gravado pra divulgarem por aí. Aê Ricardo tá me devendo um "Bala Na Agulha" aqui no blog cumpadi...

Vou fechando esse post, quem quiser ouvir algumas músicas, aí vai o link do Soundcloud:

Fiquem com o clipe da música "Cada Um Na Sua Galáxia":


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Bala Na Agulha com o baterista Renato Zaca

Renato Zaca             Foto: Fabio Fernandes 


De volta na área com a Bala Na Agulha !!! É com satisfação que começo essa 8º edição, já que as 7 edições realizadas em 2015 tiveram muitas visualizações.
Ao som do disco Berlin da banda alemã Kadavar é que início esse post. 


Renato Zaca o convidado dessa edição é meu parceiro de banda há 19 anos e também considerado por minha pessoa como se fosse meu irmão, pena a distância das cidades onde moramos atualmente. Nos conhecemos há 25 anos atrás e muita coisa já passamos juntos nessa vida, e confesso que quando o vi tocando bateria pela primeira vez, tive vontade de tocar em uma banda com ele e o seu irmão Zacca, e é o que acabou acontecendo e até os dias de hoje estamos na ativa com a banda Seu Juvenal.

Renato Zaca / Tito                                      Foto: Fabio Fernandes

O Renato já tocou bateria nas bandas uberabenses:
Drop-out
Mickey Mouse Exterminator
D.O.T.
A Fábrica do Som
Moloko Vellocet
Cachaço Véio
Os Donátilas Rosários

Atualmente ele toca bateria nas bandas:
Buttina Véia
Galanga
Confector's Project
Seu Juvenal

Aí "Renatin da batera", como diria nosso amigo Léo Brasil, manda a Bala Na Agulha aí cumpadi:

1º - Buddy Miles (Them Changes) - Esse cara foi baterista do Jimi Hendrix Band of Gypsys. Quando fui atrás deste disco eu não imaginava que ele seria genial. Ninguém que eu conheça toca bateria e canta ao mesmo tempo tão bem quanto ele. Pra quem quer ouvir muito swing e músicas super bem compostas taí a dica.




2º - Ottis Redding (The Dock of the Bay) - Logo após concluir esta obra prima Ottis Redding morreu, mas eu tenho certeza que ele morreu feliz pra carai por ter conseguido criar um disco tão fabuloso!! Voz incrível, músicos sensacionais e o melhor de tudo, é que este eu tenho em vinil!!




3º - Mark Lanegan Band (Blues Funeral) - Mark Lanegan é um dos compositores que mais ouço, ele é muito original e consegue fazer ótimas músicas com muito pouco; e eu acho foda isso, além de ter uma das melhores vozes masculinas do rock na minha opinião.




4º - Natural Child (Hard in Heaven) - Um puta disco de rock'n'roll simples e direto. Rock picareta e cafajeste da melhor categoria. Já é clássico por onde eu vá e tenha caixas de som. É tocar o primeiro acorde e da vontade de abrir uma cerva bem gelada!!




5 º - Live in Boston Radio show 3( Trent Reznor, Peter Murphy, Jeordie White, Atticus Ross) - Trata-se de um super grupo e um único super disco gravado ao vivo numa estação de rádio nos USA. Trent Reznor ( Nine Inch Nails), Peter Murphy (Bauhaus), Jeordie White foi baixista do (Marilyn Manson) e Atticus Ross que é um gênio da música eletrônica. O que dizer sobre este trabalho a não ser que eu o ouvirei para sempre?




Grande abraço meu cumpadi Titão!!! taí um pedaço do segredo do meu universo!!

Valeu você manim, por enriquecer o conteúdo do blog com suas pérolas musicais. 

E pra fechar a postagem eu e Renato deixaremos vocês com um clipe da Rádio Sessions:

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Entrevista com a vocalista Tayssa da banda Crucifyce

CRUCIFYCE


Dias atrás eu estava fuçando na internet e descobri um clipe de uma banda aqui de Uberaba. Eu já tinha conferido algo deles, e pra bandas que estão no começo nem sempre a evolução é rápida. Assisti o clipe algumas vezes na sequência e pude perceber a evolução dos músicos da banda Crucifyce na gravação realizada pelo produtor uberabense Ricardo Barbosa do estudio 106 e pela qualidade apresentada no clipe.
Um lance que diferencia a banda é o vocal feminino gutural, feito pela vocalista Tayssa, que topou responder umas perguntas rápidas para que os leitores do blog conheçam melhor o som deles.

Tayssa    Foto: Fabio Fernandes


Tito: Em que ano a banda Crucifyce foi formada? Os integrantes ainda são os mesmos da formação inicial? 
Tayssa: A banda foi formada em 2012. Inicialmente, a ideia de formar a banda foi obtida pelo Carlos (guitarrista), que procurou o Danilo (baterista) mostrou suas ideias e assim eles foram criando algumas musicas, até que o Carlos me convidou para entrar na banda como vocalista, e assim também encontrou o Celso para atuar como baixista, mas infelizmente ele teve seus problemas pessoais e saiu da banda. Em fevereiro de 2014, eu indiquei o Henrique para assumir o baixo, e assim a formação segue até hoje: Tayssa (vocal), Carlos Augusto (guitarra), Henrique (baixo) e Danilo (bateria). 

Tito: Quais as influências musicais da banda?  
Tayssa: Cripper, Dehydrated, Slayer, MegadethSepultura, Anthelion, Suicide Silence, Mayhem, Worst, Morbid Angel, Obtuary, Sodom, Behemoth, Carnage, Chelsea Grin, Arch Enemy, Vomitory e Carnifex. 


Tito: Como funciona o processo de composições dentro da banda, todos participam nas letras e no instrumental? 
Tayssa: Sim, todos participam. Em relação às letras, elas não são só produzidas por mim, mas também pelos outros integrantes. E o instrumental , o Carlos sempre tem uma ideia inicial e vamos aprimorando durante os ensaios. 


Crucifyce: Danilo / Carlos / Tayssa / Henrique


Tito: Hoje em dia existe uma quantidade maior de mulheres no metal extremo, você acha que ainda existe pré-conceito por parte dos mais radicais? 
Tayssa: Acho que ainda existe, mas bem poucoDepois que muitas mulheres mostraram  a sua capacidade, o seu talento, conhecimento e prática, passaram a ser mais respeitadas. 

Tito: Quais são as (os)  vocalistas que você mais curte? 
TayssaOlha, são muitos ao quais eu curto e me inspiro, mas vamos lá, tem o grande Mitch Lucker do Suicide Silence, infelizmente ele faleceu em 2012; a Irina Sidenko da banda russa Dehydrated, seu pig squeal, seu gutural, scream growl me impressionam bastante; a Britta Gortz da banda alemã Cripper, seus agudos e aquele drive brilhante também é bastante diferenciado. Também tem o Phil Bozeman da banda americana Whitechapel, seu growl me influencia bastante e por fim a grande Angela Gossow que deixou o Arch Enemy, mas a potência da sua voz é de arrepiar. 


Tito: Sei que vocês estavam gravando as músicas para o 1º álbum que se intitulará  “Freedom Is Gone”, esse material será lançado quando? 
Tayssa: Estamos correndo atrás da produção do material do CD e da capa, então acredito que até maio de 2016 já lançamos esse material e vamos preparar o evento de lançamento. 

Tito: Assisti o clipe de vocês, inclusive foi o start pra essa entrevista devido a qualidade apresentada sonoramente e visualmente. É perceptível a evolução da banda. Quem produziu, onde e como foram as gravações do clipe? 
Tayssa: A equipe da Drop Click que produziu o clipe, o Caimi que correu atrás de algumas ideias do clipe, do design e do local. O local que gravamos foi perto do quartel onde o pessoal joga paintball. E através de contatos, consegui negociar com a atriz Pamela para estar encenando.  E seguimos a ideia da capa do nosso futuro CD que mostra uma imagem de uma moça ensanguentada, amarrada e com medo. A cena seria uma simulação de um sequestro, a menina tenta fugir de todas as formas e não consegue. No caso, a letra Freedom Is Gone que significa a liberdade está desaparecida, ela tem uma mensagem um pouco secreta, mas algumas pessoas que sabem do fato vão perceber ao prestar atenção na letra, mas a ideia é também mostrar que estamos muito presos a histórias inventadas, a padrões, a fatos contados, a religiões e não ligamos para as verdades, a maioria das pessoas acreditam em tudo e ignoram as verdades que são escondidas pelos mal feitos das pessoas que estão no poder. Quem descobre as verdades sozinho e se pronuncia contra, o fim é o mesmo, essa é a ideia do clipe. 
As gravações do clipe foram feitas durante um dia inteiro, realmente cansamos muito, mas valeu a pena. A Kerolaine fez as maquiagens da Pamela, ensaiamos primeiramente e logo depois a equipe da Drop Click com seus bons equipamentos realizou a gravação das cenas da banda durante o dia e durante a noite foram feitas as gravações das cenas que incluía a Pamela, ao qual para mim ela encenou muito bem e deu tudo de si para ficar bem feito. 
Em relação a gravação da música, ela foi feita pelo Ricardo Barbosa do 106 Studio, foi muito bem gravado e produzido, recebemos vários elogios, então o som também contribuiu bastante para chamar atenção de muitas pessoas que assistiram o clipe. 




Tito: Quais as metas da banda Crucifyce pro ano de 2016? 
Tayssa: As nossas metas seria lançar o nosso primeiro CD que se intitula Freedom Is Gone, começar a compor músicas para o próximo, divulgar bastante o nosso trabalho para tentar conseguir oportunidades de eventos e parcerias e se der tudo certo gravar um próximo clipe. 

Tito: Tayssa, deixa uma lista aí de 10 discos que você tem escutado ultimamente? 
Tayssa: 
Zone Beneath the Skin – Dehydrated
Our Endless War – Whitechapel
Day of Mourning – Despised Icon
Resistence – Winds Of Plague
Soul Sphere – Born of Osiris
Antagonist – Cripper
The Fathomless Mastery – Bloodbath
Esquadrão de Tortura – Torture Squad
Opressor – Uganga
Justiça das Ruas  Bandanos 

Crucifyce ao vivo em São José do Rio Preto-SP


Tito: Valeu Tayssa, quero agradecer pela entrevista e dizer que vocês estão entre as bandas mais legais da nova geração das bandas autorais aqui em Uberaba. Deixe uma mensagem pra todos que curtem a banda e pros leitores do blog: 
Tayssa: Queria agradecer a todos que vem apoiando a gente de alguma forma direta ou indireta, queria agradecer também aos nossos amigos que acompanham nosso trabalho e sempre deram alguma força, entre eles podemos citar: Ricardo Barbosa, Caimi, MayronKerolaine, Gisele, Daniela, Eliel, Wemerson, Luciene, Lene, Lorraine, Jessica, Silvio, Deborah e a galera do Project Black Pantera - Charles, Rodrigo e Chaene. 
A gente enfrenta muitos desafios na cena underground e percebemos que não conseguimos nada sozinhos, dependemos muito da ajuda de todos e por isso queria pedir a galera que acompanha seja qualquer estilo, que apoie de alguma forma as bandas que estão surgindo porque não é fácil enfrentar tudo de uma vez só e conseguir subir um degrau sozinho. 
Muito obrigada Tito, pela entrevista e pela força! É muito bom saber que aqui na cidade existe esse tipo de trabalho que valoriza as bandas que constituem a cena underground. Valeu! 


E agora pra fechar a postagem fiquem com o clipe da música "Freedom Is Gone" da Crucifyce e logo abaixo os links pra maior acesso a banda






facebook:


clipe:



canal:



soundcloud: