quinta-feira, 5 de maio de 2011

Rascunho





                                   Rascunho, uma das bandas mais polêmicas que Uberaba já teve, pelo fato dos caras fazerem um som que na época estava se espalhando aos poucos com seus novos adeptos e era intitulado de "EMO". Como minha missão no blog é registrar os trabalhos das bandas uberabenses ao longo dos anos até os dias de hoje e mesmo sendo da escola "Motörhead" de headbangers, lhes digo que essa banda merece dentro do estilo dela ter seu registro pelo trabalho realizado, mesmo que voem copos de cerveja..... 

                                               O pessoal da Rascunho fazia na verdade uma mistureba, inclusive tinha uma tendência pro lado do New Metal, o baterista Keca sempre curtiu metal e dava um peso a mais nas músicas.                       

É ele mesmo que vai colaborar na postagem contando pra gente sobre a banda. Eu assisti alguns shows deles e lembro demais da animação dos caras tocando, às vezes até se formava umas "rodas de pogo" bem divertidas por conta da diversão e zoeira que eles produziam nos palcos.







Com vocês a banda Rascunho:


                                                         "A banda Rascunho foi formada em meados de 2002, originalmente por Gulherme DiouDiou na guitarra, Leandro Keca na bateria e Ricardo Koquinho no contra-baixo.

                                                No começo, não havia uma proposta concreta de música ou um estilo específico a seguir; apenas nos juntamos e começamos a compor em cima de umas bases que o Dioudiou tinha e a sonoridade da banda foi se formando de acordo com as preferências e influências musicais de cada um. Porém, mais tarde, a vontade de identificar a Rascunho com as bandas que mais gostávamos na época falou mais alto; passamos a compor tendo como referência bandas como At The Drive-in, Funeral For A Friend, Deftones, The Juliana Theory, Matchbook Romance, entre outras. Resumindo, a idéia era mesclar peso com melodia. 

Keca, Alex ensaiando no antigo quarto do Dioudiou 


Mais tarde, Alex, irmão do Koquinho, entrou para a banda como segundo guitarrista e Lucas como vocalista. Até então a banda possuía 3 músicas próprias e alguns covers, fechando um set list pequeno, ideal para tocar  e dividir palco com outras bandas que faziam parte da cena uberabense na época.


Rascunho





                                           Antes do surgimento da banda Rascunho, Keca havia tocado com a Abracadaver e com os remanescentes da banda Sonoridade Agressiva, Líbio (RIP) e Wesley Paulista (Olorum, ex-Seu Juvenal); Dioudiou havia passado pelas bandas Aquidauana, The Pressives e a LxSxDx (era isso mesmo???); Koquinho e Alex vieram de São Bernardo do Campo-SP para fazer faculdade em Uberaba e tocaram na finada banda de Ska Punk “debochado” Skapamento, juntamente com Leonardo Caverna (Abracadaver) e Thiago Lingüiça (Insatisfação Ostensiva); e Lucas havia passado por bandas de cover como a Oiver May.






                               Nessa época o termo Emocore ainda soava timidamente pelas festas/shows e pelos bares undergrounds na cidade; mas, para a Rascunho, isso não era mais novidade. Com letras que falavam de um modo geral sobre problemas da juventude, amores mal resolvidos e coisas do gênero, acabou que a banda foi a primeira na cidade a “meter a cara” no estilo e manter isso evidente em suas composições. Tanto é que, fato curioso, em uma de suas primeiras apresentações ao vivo, juntamente com Uganga e 3DFato, o público não recebeu bem a proposta musical da banda, na expectativa de que a banda tocasse músicas de hardcore melódico (de bandas como No Use For A Name, Nofx, Millencolin e outras), e pedras e copos de cerveja passaram a voar em nossa direção; o público acreditava que tocaríamos Hardcore Melódico, pois isto fazia parte dos rumores sobre nós, antes da banda ter suas primeiras experiências nos palcos naquela época.







                                                  





              Apesar dos pesares, a Rascunho caminhava bem, ensaiando no pequeno quarto do Dioudiou, que tinha uma parede lotada de CDs, e um pôster de uma dessas vocalistas bem gostosas de bandas de Heavy Metal (coisas do Roger, irmão do Dioudiou); um quarto minúsculo com 5 marmanjos tocando juntos. Era tão quente que o sofrimento na cara de cada um era evidente; muito suor e muito som. Para contrabalancear o desgaste físico dos ensaios tínhamos a nossa disposição uma piscina, muita cerveja e churrasco, constantemente presente nos ensaios da banda; isso sem mencionar a paciência e compreensão divina dos pais do Dioudiou.








                             Com o tempo a banda foi ganhando espaço na cena local e muitos shows apareceram. Naquela época a cidade tinha o Athos Pub, que cedia espaço para eventos de rock e isso contribuiu muito para o crescimento da cena na cidade. Tocamos também, na casa do DJ Tonto num evento promovido pelo Fredinho, da Acidogroove, que tocou no dia conosco. Houve também, uma apresentação durante um campeonato de Skate que rolou na pista da Univerdecidade que foi muito legal; dividimos palco com os Flanders e outras bandas que não me lembro mais; sem contar inúmeros shows menores, em galpões, quadras e tal. Enfim, a galera aqui se mobilizava para descolar shows paras as bandas, como o Pino (Padoka’s), Leandro Pior, Periferia cultural, etc.





                                                 Rascunho no Atho's Pub




Koquinho e Keca (Rascunho) no lançamento do CD "Guitarra de Pau Seco" da banda Seu Juvenal juntamente com  o Renato (baterista Seu Juvenal) no Atho's Pub.







              Um episódio que marcou a breve história da banda foi um show promovido por nós, em parceria como o DCE e a UNIUBE, que cedeu o espaço no auditório do campus 1 para a Rascunho lançar e promover um CD demo gravado e mixado em Araxá-MG, em novembro de 2003, no estúdio do Jorge Clapp, uma grande figura da cena na região. Nesse dia tão especial, contamos com todos nossos amigos, familiares e com pessoas que conheciam nosso trabalho e de alguma forma se identificavam com a banda.








                              O tempo foi passando, a Rascunho trilhava seu rumo, consolidava seu espaço, quando eu (Keca) fui morar em São Paulo-SP, em janeiro de 2004. Até aí, tudo bem; eu viajava quinzenalmente para Uberaba a fim de manter o ritmo e o entrosamento com a banda e tentar manter ao máximo os compromissos com shows que surgiam.


               Rascunho no Atho's Pub 









                                  Um ano depois, Ricardo koquinho e Alex voltaram para São Bernardo do Campo-SP. E com a volta deles para a grande São Paulo, ou seja, com três dos 5 integrantes morando fora de Uberaba, a banda não resistiu e sucumbiu às dificuldades de se manter com os integrantes morando distantes uns dos outros. Mas nem tudo estava perdido e a coisa se inverteu. Inevitavelmente, a Rascunho passou a ter maior notoriedade na grande São Paulo em virtude dos contatos que fazíamos e, de posse de um CD demo na mão, era bem mais fácil conseguir alguns shows por lá. A partir daí, deu-se início a transformação da banda, que tinha 5 integrantes, à um “Power trio”.












                                       Dioudiou seguiu com a banda viajando para São Paulo sempre que podia, para ensaiar e tocar ao vivo; e Lucas optou por encerrar suas atividades com a Rascunho por ali, em função de suas obrigações e compromissos fora da banda; afinal, nenhum de nós vivíamos de música; ainda mais numa cidade como Uberaba. Alex então passou a ter a árdua missão de cantar também. E, por incrível que pudesse parecer, ele conseguia conciliar a guitarra e cantar ao mesmo tempo (risos). Rolou muita coisa legal; conhecemos e fizemos amizades com muitas bandas que, como a Rascunho, dava o sangue para se manter e entrar na cena da grande SP. Com o passar do tempo, lamentavelmente, Dioudiou também sucumbiu às necessidades da banda e às inviáveis e constantes viagens entre Uberaba-MG e São Paulo-SP que passaram a ser necessárias.










                               Nos metemos em várias “furadas” e também em várias situações memoráveis; viajamos para o Rio de Janeiro-RJ, Uberlândia-MG, Diadema-SP, Limeira-SP, São Caetano do Sul-SP, enfim, era um circuito pequeno, porém muito bom para a banda. Conseguimos espaço na coletânea Gearbox – Volume 2, lançada pela GreenFox Records; abrimos um show para a banda carioca EMO., juntamente com nossos parceiros e amigos da Mewhouse (São Caetano do Sul-SP); tocamos em um festival com os também cariocas da For Fun e, novamente, EMO. e os gaúchos do Fresno; tocamos na famosa Outs com nariz de palhaço, pois tínhamos que pagar os ingressos não vendidos; tocamos em bar pra 10 pessoas, para 100 pessoas.. cara, era tudo muito legal e muito divertido. Não medíamos nada e também não poupávamos esforços para tocar ao vivo. Aquilo era algo que realmente gostávamos de fazer. Compomos mais umas 5 músicas novas, gravamos uma música antiga em versão acústica para divulgar essa nova fase da banda e tal. Foi muito foda!

Uma refrescada no Rio de Janeiro



                     Como nem tudo na vida é um mar de rosas, morar e se manter em São Paulo começou a ficar difícil pra mim e não tive alternativa a não ser deixar a banda e me mudar para Santa Catarina, onde me ofertaram um trabalho com um salário bom, irrecusável diante da minha situação naquela época na capital paulista.

Portanto, a banda não conseguiu seguir em frente, mesmo com a tentativa de colocar outros integrantes. Posso dizer que ali foi o fim da banda, em meados de 2006.

Houve duas ocasiões de reunião dos integrantes, sendo uma delas no antigo Munchen Pub, interpretando Foo Fighters, e a outra no final do ano de 2008, onde tocamos duas músicas da banda.



Para quem quiser mais detalhes das peripécias da banda, acesse:







    Quero agradecer ao Keca pela colaboração na postagem e deixo vocês agora com o CD Demo com 7 músicas pra baixar:

DOWNLOAD:

                            http://www.easy-share.com/1915150125/Rascunho.rar 














5 comentários:

  1. muito foda!!! eu fico viajando aqui nas histórias!!

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  2. Grande Tito.. valeu mesmo pelo espaço nesse livro virtual que retrata muito bem a história do rock uberabense.. eu fico muito honrado de ter feito parte da cena, contribuindo ou não para o crescimento dela. Se existe algo que me faria voltar para Uberaba seria a família (em primeiro lugar.. sempre), os grandes amigos e músicos e... a música!!!
    Um abraço a todos os colaboradores, parceiros, amigos, músicos, entusiastas e afins... HAIL UBERABA e Triângulo Mineiro!!!

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  3. Aproveitando o espaço.. gostaria de fazer um pequeno "jaba".. após vir para SC eu quase abandonei a música; cheguei a vender tds meus equipamentos e fiquei 3 anos sem tocar. Quando vim morar em Florianópolis-SC, em 2008, retomei minhas atividades na música. Hoje estudo na Escola de Música Rafael Bastos (conceituadíssima em td o sul do Brasil) e tenho duas bandas.. sendo uma delas de música autoral.. quem quiser ouvir 2 demo-ensaio, acesse http://www.myspace.com/forsikband (o nome ForsiK não é mera coincidência; usávamos esse nome muito antes da Rascunho existir quando tocávamos eu, Dioudiou, Tio Lucas [Candongas] e Fernando ["little".. mas ele não gosta que o chame assim..]!!! e na época o nome foi sugerido por mim.. então, aproveitei.. usando a letra K no lugar da letra C!)

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  4. Mais um grande trampo Titão! Parabéns!
    Manu

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